Todo
ser vivo tem direito à sua liberdade. Viver de acordo com a sua própria
natureza; sentindo-se forte e senhor de si dentro da espécie à qual pertence.
Em se tratando de seres humanos, o compromisso com a
liberdade é ainda maior. Porque, na escala evolutiva da consciência, são os que
mais habilidades e possibilidades têm de se bastar na satisfação de suas
necessidades.
O sofrimento do homem começa na sua alma; depois de ter
aberto a ferida no campo sutil e energético é que se expressa no organismo, através
do corpo físico.
A psicologia – o estudo da psique – nos indica que o caminho
da pessoa é encontrar-se consigo mesma, conhecer sua luz e sua sombra. E, mais
ainda, na medida em que o labirinto de sua mente é percorrido e encontrado a
sua natureza mais primitiva (como no mito grego do Minotauro), resta buscar a
saída, ou seja, o fio de Ariadne, que é o elo que nos conduz à espiritualidade,
à estância da compaixão.
Só pelo sofrimento é que podemos avaliar o bem estar; e
sofrimento significa confronto com nossas perdas e desilusões. O sofrimento é
da esfera da mente, sofremos pelo que não aceitamos no outro e em nós mesmos. Pelo
que não podemos compreender, e pelo que não podemos doar ou per-doar, ou seja,
doar pelo esquecimento.
O sofrimento mental surge quando, na sua incompreensão pelo
momento em que vive, o ser humano se sente ultrajado e violentado, invadido e
massacrado pela atitude do outro.
O não-compreender traz a dúvida e a fragilidade, e desagrega
a energia mental, que se torna caótica e atormentada.